domingo, 25 de março de 2012

O EPISÓDIO HOLANDÊS:


Ponto prévio: 
As castrações datam de 1956. Outros episódios  agora  conhecidos datam dos anos 60. Uma pessoa fica  a pensar por quanto tempo continuariam nas catacumbas se Ratzinger não tivesse sido  escolhido. Dito de outro modo, há mais gente  a usar o sofrimentos  das vítimas do que parece. E sim, os ratos de sacristia costumam  dizer nos blogues que isto é conspiração da judiaria internacional contra o Papa.

O osso:
 A repressão sexual, já ensinava o velho Sigmundo,  desenvolve taras. No entanto, como a pedofilia moderna -  electrónica ou real,  e muito mais próxima de nós  do que alguns imaginam - também ensina, a libertação sexual não nos livrou delas. Em que ficamos?
A visão clássica é que somos umas bestas domadas. Sob certas condições - genéticas, ambientais, toxicofílicas etc - a besta reaparece. Essa é a visão do Freud tardio. A escola tardo-moderna, para a chefia da qual podemos  nomear Margaret  Mead e W. Reich, declarou que  a culpa das taras é exclusivamente da civilização capitalista apoiada na repressão sexual burguesa. Em cima do bolo podemos  assentar a teoria da sociedade criminógena: a superestrutura social é sempre responsável pelos crimes individuais.
A repressão causa taras, a libertação causa taras. Conclusão: as taras são inevitáveis. A violência sexual sobre crianças,  exercida pelo padre ou  pelo trolha, é sempre violência sobre o mais fraco. O revestimento sexual impressiona-nos, mas é um erro de análise. Ela é igual à exercida sobre a velhota que foi ao multibanco, sobre o taxista indefeso ao volante, sobre o estudante que recusa um cigarro.
As crianças não têm dinheiro nem bens, por isso a violência sobre elas é, de ordinário, sexual. Se conseguirmos deitar fora  a tralha ideológica que desculpa as outras violências sempre em nome das desigualdades e da pobreza, conseguimos compreender por que motivo a repressão sexual e a libertação sexual não mexem uma palha neste assunto.

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