Quando Epidamos declinou, o partido democrático derrubou o partido aristocrático, que foi aliar-se aos estrangeiros que fustigavam a cidade - tanto por terra quanto por mar ( Tucídides 435.3).
Epidamo era uma colónia de Corcira, mas fora fundada pelos Corintos. Isto deu uma das mais famosas trapalhadas da Guerra do Peloponeso ( entre colonizadores, fundadores e respectivos e poderosos aliados), mas podia ser ensinado nas universidades aos alunos de estudos pós-coloniais. Sempre passariam a compreender que não foram os terríveis impérios europeus da Expansão que inventaram o sistema.
Ainda assim, o que me interessa é o carácter mental do processo de colonização. Há muitos anos, um empresário francês instalou-se no Brejão. Os habituais aldrabões-intermediários locais enriqueceram, o empresário não perdeu um tostão, enfim, o normal. O Brejão é uma terra colonizável? Talvez. Conheço-a bem. No início da recta, um café pequeno e escuro vende conservas e um pão que dura dez dias. Para a esquerda, mar e casas remediadas, miúdos saídos de um documentário sobre uma aldeia boliviana. Para a direita , pastagem e mais pastagem.
O Brejão não tinha aliados ( nem Esparta nem Atenas nem o Estado português) ou inimigos. Aceitou o francês como teria aceitado um bielorusso.
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