domingo, 27 de novembro de 2011

MORTE À VIDA:

O ministro assomou à varanda e dirigiu-se à multidão de cortes: Os tempos estão difíceis. É preciso arranjar pessoas.
Os cortes aplaudiram de costas.
O ministro insistiu: Não podemos continuar a viver ao lado das nossas possibilidades.
Os cortes fitaram o sol.
O ministro concluiu: Temos de cortar nos cortes.
Os cortes vestiram-se  de pessoas.

1 comentário:

Vitor Felício disse...

Caro Filipe, nunca me senti tão próximo de um comentarista como do Pacheco Pereira nos seus últimos posts, sobre as greves e sobre a insensibilidade do governo. Leia-os, é de alguém que diga aquilo que precisamos. É um homem de outra geração, um homem culto, que já viu muito e que conhece os homens e o seu país. Não é um dos milhares de jovens comentadores, acabados de sair da faculdade muitos deles, que não conhecem nada da vida, aqueles que são contra as greves porque as greves incomodam e andam cheios de opiniões sobre a austeridade. Se eu fosse mais novo e ainda tivesse ânimo, dava em comunista, pode crer.