segunda-feira, 14 de novembro de 2011

MARINHO PINTO-ESTUDO DE CASO:

De cada vez que ouço e vejo MP, a minha análise é deturpada. Simpatizo, por  natureza, com emmerdeurs ( sou um) e nada no percurso dele se assemelha ao comum português. Não é cordato, não contemporiza, não chama hoje gastrópode  a um para amanhã lhe estar a lavar os pés ( não será nunca , portanto,  deputado ou assessor). Dito de forma breve: é conflituoso no sentido stasico, não nas palavrinhas que caem perante a lisonja  ou o dinheiro.
Acontece que, depois  desta deturpação, sobrevém o raciocínio. MP fala para os cidadãos sempre que tem um microfone à frente. Nesse sentido, devia medir o que diz. E não, não se trata de amaciar: antes pelo contrário.
Esta semana, declarou que existem cambões entre as grandes sociedades de advogados e o Estado. O homem que me vende as morcelas  diz o mesmo. Este tipo de declarações são habituais em MP, que, quando apertado, justifica-se dizendo que não é polícia. O homem que me vende as morcelas diz o mesmo.
MP parece estar num beco.  Tem uma agenda política, e muito bem ( não escrevi partidária) , que se esvai lentamente  com o passar do tempo. De cada vez que sobe o tom das denúncias, estas perdem força pela sua natureza informe,  abstracta e comicieira.
Marinho corre o risco de acabar como o inflamado  Lugones, que passou do socialismo ao fascismo sempre aos berros,  a quem Borges fez o epitáfio:  começava por repelir qualquer opinião, depois inventava razões e as razões  geralmente não eram  razões mas epigramas.

4 comentários:

henedina disse...

geralmente

FNV disse...

obrigado, estva ainda em correcção.

João Teago Figueiredo disse...

excelente post. na prosa e na carne.

cumprimentos,
jtf

FNV disse...

Viva, John.