sexta-feira, 30 de setembro de 2011

OS ULAMAS DA RELAÇÃO:

Leram ou ouviram bispos, cardeais  e padres sobre isto? Claro que não.

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

NEM PENSEM:

Bem, isso é uma questão de sensibilidade. Somos ambos homens sensíveis e por isso defendemos a fiesta: só quando o homem encena  a barbárie se pode afastar dela.
TRABALHOS E DIAS:

Só se deve escrever para acrescentar. Com  Mau-Mau  quis  fazer duas coisas: superar limitações e contribuir para a morte dos clichés na ficção portuguesa. Consegui ambas.
As limitações que quis superar não são técnicas - essas demorarão mais -, são mentais: consegues acreditar  que vale  a pena publicar? Alguns críticos e alguns leitores acharam que sim. Quanto aos clichés, foi mais fácil: bastou  não fazer o  que fazem os aspirantes a  escritores.
Enquanto não tenho estofo para um projecto especial, que anda a ruminar há muito tempo, está em curso uma coisa acrescentável. A base é uma pequena urbanização e  os esterótipos , digamos,  ligeiramente retocados,  das personagens que qualquer um de nós conhece. O que quero acrescentar:  um embrulho, uma trouxa  que possam degustar sem ir ao Can Fabes.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

ARMINDO RODRIGUES:

Esquecido, como é da ordem. Está bom para estes dias. 
Peguemos no  Cantigas de Circunstância ( 1948):

O querer e o não querer
são bocas da mesma fome.
Mas há pão que é de comer
e outro só o nojo o come.
A CULTURA DO MÉRITO:

Esforça-te, sê meritório, ganha um prémio e depois  perde-o.
DE TODA A GENTE:

Prometi altura...
- mas quem reparou
no meu triste voo
com nuvens por baixo?

( José Gomes Ferreira, 1950)

terça-feira, 27 de setembro de 2011

PURAMENTE LAICO:

Desde que seja laico, vale tudo.
Se  assim é, mais valia que  ensinassem o minete.
TUDO É MORTO:

Todo o mundo está mortal,
Posto em tão escuro porto
De uma cegueira geral,
Que nem fogo, nem sinal,
Nem vontade: tudo é morto.

( Gil Vicente, Auto da Mofina Mendes)
TANTA PETIÇÃO:

Que há por aí e não se arranja nenhuma que envie o dr. Seguro para adido cultural  no Belize e ofereça  a cadeira a  António Costa? O ganho é assim tão evidente - e  certo -  que  justifica a descontracção?
IMÓVEL:

Ainda bicho, estive do lado dos tradicionalistas nas zaragatas com os comunas, na Praça da República, que não queriam deixar passar o cortejo da Queima. Chegado à faculdade, nunca vesti  o traje-pinguim e desprezei,  sem mais,  o folclore académico.
Agora sou pai de  um caloiro e vejo, com tristeza, a adesão do moço à imbecil praxe. Insubordinado nato e   alérgico a qualquer forma de prepotência colectiva - e, pior, de uniformização mental - ,  não mexo, no entanto,  um dedo para o contrariar ou influenciar.
Mudo pouco, de facto.





segunda-feira, 26 de setembro de 2011

DOU 1000 EUROS:

A quem encontrar uma referência  a isto( mete índios, carga policial, etc) nos blogues da esquerda radical que passa a vida a pedir "a  rua",  a defender " os oprimidos" e a verberar " a hipocrisa".
"THE VITAL SPARK OF SELF-INTEREST":

Diz ele: É o que falta a poemas que queremos escrever -  demoramos semanas , mas  a coisa, uma espécie de poema ideal, não sai.
Bem, Philip, é o que falta  a tudo o que tem de ser bem feito.

(Larkin,  carta a Monica, Agosto de 1960)

domingo, 25 de setembro de 2011

OBSCURANTISMO LGBT:

Daniel Sampaio ( entrevistado por  Manuel Luís Goucha) a propósito da parentalidade heterossexual: Isso é uma convenção. 
Suponho que o próximo, e coerente,  passo será dizer que a concepção da vida por sexos diferentes é uma convenção. Cultural e social. Um preconceito como qualquer outro.
Vendo bem, tudo pode ser visto como mera convenção. A medicina, por exemplo. Um dente de alho ao pescoço pode ser tão eficaz  como um antibiótico no tratamento de uma pneumonia.


RETRIBUIÇÃO:

Quem julgava que o eixo Gaia-Viseu ficava  sem agradecimento?
Bem, pelo menos os inspectores já não serão corridos à pedrada.
SCHELLING:

Numa altura de aflição,  regressam os teóricos. Não recuando  aos afonsinos, a culpa foi da República, de  Salazar,  de Otelo, de Vasco Gonçalves,  de Jaime Neves, de Cavaco, do Euro, de Sócrates; do sol, do vento, do frio, do calor, do nevoeiro;
Procuramos a culpa como um fraldiqueiro busca o laparoto. O Gama enfiou-se em Calecut? Uma geração perdida. D. Pedro fugiu para o Brasil? Um erro irremediável.D. Diniz plantou um pinhal?  Devia ter escolhido sobreiros.
Fiquemos  com o luterano de Leonberg ( há uma raça de cão com esse nome) :  um povo é a sua mitologia.
Então nós somos o nosso mito.

sábado, 24 de setembro de 2011

RECORDAR RENÁN:

"Le fait de la race, capital à l'origine, va donc toujours perdant de son importance. L'histoire humaine diffère essentiellement de la zoologie. La race n'y est pas tout, comme chez les rongeurs ou les félins,. et on n'a pas le droit d'aller par le monde tâter le crâne des gens, puis les prendre à la gorge en leur disant : « Tu es de notre sang ; tu nous appartiens ! » En dehors des caractères anthropologiques, il y a la raison, la justice, le vrai, le beau, qui sont les mêmes pour tous. Tenez, cette politique ethnographique n'est pas sûre. Vous l'exploitez aujourd'hui contre les autres ; puis vous la voyez se tourner contre vous-mêmes. Est-il certain que les Allemands, qui ont élevé si haut le drapeau de l'ethnographie, ne verront pas les Slaves venir analyser, à leur tour, les noms des villages de la Saxe et de la Lusace, rechercher les traces des Wiltzes ou des Obotrites, et demander compte des massacres et des ventes en masse que les Othons firent de leurs aïeux ? Pour tous il est bon de savoir oublier".

( Sorbonne, 1882)

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

E ALGUNS  LEÕES ESTÃO  A ESTUDAR A PROTECÇÃO DAS ZEBRAS:

Alguns  políticos estão a estudar a criminalização do enriquecimento ilícito.
Mais leis, portanto, mais pareceres para os senhores  professores disponibilizarem e mais trabalho para os advogados.
Tudo bem pago, claro.



Adenda: mais inútil do que a tal lei é o miar do juristas do PS.  Falam e escrevem como se a lei fosse  fazer sangue, como se não soubessem que ela apenas vai entupir ainda mais os já ocluídos tribunais.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

UM ISLÃO SECULAR (um  debate  bom):

À laia de  introdução, remeto o  Paulo Pedroso para este texto que publiquei no Mar Salgado, já há muitos anos. Não que o PP necessite de o ler, como é óbvio, mais para o situar nas minhas referências no bom debate que vamos  fazendo  e que sempre me interessou ( como pode confirmar neste outro texto).

Adenda: Ahmadinejad, hoje,  na ONU, arrefece qualquer entusiasmo. "Saudemos o futuro brilhante que aguarda toda a humanidade" foi entendido, pelo ignorante  que comentava  a peça televiva, como "uma nota positiva".
22?

Um povo  normal ( menos  optimista  e despreocupado ) optava por não ter férias. Nenhumas. Zero.
Bem, Bagão Félix  aumentou-as  para 25 dias para compensar a assiduidade. Outro optimista.
NADA A ACRESCENTAR:

Só ir ler o que idiotas de fato e sandálias foram escrevendo, ao longo destes anos,  sobre a gestão de Rui Rio.
MUITO CATÓLICO:

Muitas  das vítimas  dos  padres pedófilos, que têm gerido os protestos, os testemunhos e as acções judiciais,  andam hoje na casa dos 40-50 anos.  Muitos dos jornalistas, políticos e intelectuais, que acompanham e acarinham o tumulto, idem.
Dir-se-ia que havia um equilíbrio instável: dá-me um Papa  inofensivo e dou-te o meu silêncio. Muito católico, muito , como é que costumam dizer...hipócrita. Não é?


quarta-feira, 21 de setembro de 2011

MUQADDIMA*:

"A  sociedade humana  culmina na fundação das  cidades, a vida sedentária  é o término e a corrupção da civilização;  esta, consequência natural da cooperação,  constitui um mal em si mesmo e é, no processo de toda  a evolução social, o princípio que mata (...). O ciclo de uma sociedade acaba; nascida no campo, frutifica  através da conquista de outros grupos, que reúne sob a sua soberania, e morre na cidade, fundada como residencia do poder político.
(...) Os semi-selvagens - os bárbaros  nómadas - são os únicos homens dotados de condições para conquistar e dominar. Na cidade, no Estado já constituído,  perdeu-se a coragem, porque se vive com excesso de segurança".



* "Prolegómanos", c. 1373, de  Ibn Kaldhoun, aka bin Khaldun, Ibn Jaldún,  etc.

TRIMMING:

Todas as oportunidades são boas para estudar a natureza dos caniches.
A propaganda passista elogia as qualidades morais-democráticas de Passos Coelho: recusou aparecer ao lado de um  Jardim, nesta altura politicamente leproso,  na campanha eleitoral  madeirense.



terça-feira, 20 de setembro de 2011

O AMOR MATA (VI):

Os comunistas têm o dom do detalhe. Como os carrascos e os apaixonados  em geral. 
Bukharine sabia os números da Comissão La Folette de uma ponta à outra: em 1908, nos EUA, 89 pessoas ocupavam mais de 2000 postos de direcção  em várias companhias industriais.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

O AMOR MATA (V):

Então não mata? Veja aquelas mulheres todas mortas pelos maridos. A vantagem de ter uma retrete no lugar da cabeça é que se a racharmos ficamos com dois bidés.O que as mata será muita coisa, mas não o amor.
Já a mulher que amou um homem uma vida inteira, quando vem do cemitério está morta sim senhor. Moth Tamuth.
O CORNUDO AUXILIAR:

Pode ser  um partido político. É  mencionado  por Fourier no seu manual da cornadura * .
É o cornudo que só vai a casa para instigar os amantes da mulher a divertirem-se e beber ainda  mais. Incita-os a viver como bons republicanos, porque ajuda o comércio: os cornos são rosas.



* Edição portuguesa da Cavalo de Ferro, 2004

domingo, 18 de setembro de 2011

"COMMENTS PLEASE":

Pede Larkin a Monica, na carta em que se queixa de estar farto do seu tomb poem. 
Ainda assim, esta abertura é óptima:

Time  has  transfigured them into
Untruth.

PREOCUPANTE (II):

A palavra sacrifício podia, e devia, ser  posta na mesa de dissecação. Aparece na sopa e as pessoas  começam a fazer com ela o que faziam com as palavras complexas : naturalizam-noa Parece estranho naturalizar o que á se conhece? Não tanto. Conhecíamos a palavra , agora conhecemos o seu significado. Moscovici   incluía esse processo nas repesentações sociais ( fez sucesso com a descrição  de   como o público francês naturalizou os termos  psicanalíticos e foi por aí adiante).  .
Agora já não se trata de fazer o ritual sagrado, mas do seu significado comum - fazer pelos outros. Quem faz, o que faz e quem são os outros? 

1) Seria de supor que PSD e CDS,  os partidos do governo, tivessem o apoio crítico  de um escol intelectual capaz de ajudar as pessoas a compreender, ou a  refutar, o que lhes é pedido.  Não teria de ser à maneira imperial ( ver Suetónio) nem teria de ser  criada a categoria de intelectuais do regime ( ou imperiais, como César fez). Bastaria pensar e escrever.

 2) Nos tempos recentes, talvez por causa do Estado Novo e, depois, pelo regabofe revolucionário e pós-revolucionário, o termo intelectual  adquiriu um certo ar de taberna. Um país de analfabetos transmutou-se num país  de teóricos marxistas-leninistas e convivia - e convive -  mal com a exigência do papel do intelectual. Quando alguém quer humilhar outro  numa discussão, acusa-o de  intelectual ( ou pseudo-intelectual) com o mesmo desdém com que atira filósofo  e elitista. Pior é difícil.
Também é verdade que,  por outro lado, se diviniza a categoria, o que é outra forma de a esvaziar. Nos meios  influentes ( media, artes, universidades), o  intelectual tem de ser um escritor  famoso ou um catedrático  recomendado.  Isto convém ao batalhão  dos aparelhos partidários, aos mercenários  da opinião  ( os escreventes de Barthes) e aos publicistas  ( agora inscritos nas agências de comunicação e blogues) : permite-lhes desvalorizar quem quiser ultrapassar o estilo NovaGente, mais ou menos caceteiro, do trabalho que produzem.

 3) É necessário existir uma produção de pensamento sobre as formas verbais da política de obrigações. Esquecemo-nos, por vezes, de que o discurso político abandonou a sedução da promessa e passou à dureza da exigência. A vulgarização do sacrifício e a sua redução a uma  essência formal  ( gastar menos,/ receber menos) são duas naturalizações que, quando a situação  piorar, não bastarão.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

EGIPTO, LÍBIA E...:

A Primavera  Árabe. Os cínicos, como eu, foram até demasiado brandos. Os patetas, esses, foram os do costume.
O AMOR MATA (IV):

Pleonexia. Prefiro o siginificado original, grego, ao significado cristão. Se o amor já é convulsivo, o que se disfarça  dele é ainda pior: posse, controlo, mando.
Dos mais enjoativos. Os dos pais  que, em nome do amor,  escolhem  o curso, as companhias e as ideias dos filhos. Piores os  que o fazem à sorrelfa ( através da educação para a impotência) do que os que optam pelo comando duro.
Matar Inês é matar em Pedro a vontade da autonomia. Por amor.
"FINAIS DE 2009":

Disse  hoje ( ontem) o Ministro das Finanças: O pedido de resgate devia ter sido feito em finais de 2009.
Se  a vergonha pagasse imposto, esta direcção política   diminuía,  sozinha,  1% do défice.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

AZORÍN* ( Lecturas Españolas, 1912) :

"No hay  más aplanadora y abrumadora calamidad para un pueblo que la falta de curiosidad por las cosas del espíritu: se originan de ahí todos los males".

* aka Jose Martínez Ruiz




FURABOUT:

" You in your sheep's wool coat,
Buttons of bone,
And me in my furabout
On the warm hearthstone"

Walter de la Mare, roubado numa carta de Larkin a Monica.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

HOMOFOBIA (III):

Faz favor  de ensinar  aos teus filhos que os Sete Anões são gays.
Ora essa. Não ensino nada.
São gays, sim. Todos juntos enfiados numa floresta. Queres que te faça um desenho?
Recuso.
Homofóbico.
HOMOFOBIA (II):

O Michel Vaillant e o Steve Warson são gays.
Porquê?
Estão sempre juntos, são cúmplices e tudo, são solteiros.
São amigos. Só isso.
Homofóbico.
HOMOFOBIA (I):

-O Astérix e o Obélix são gays.
-Não são nada.
-São sim. Vivem juntos e abraçam-se.
-E depois? Têm de ser gays porquê?
-Homofóbico.
O AMOR MATA (III):

E seria substituído, com vantagem, pelo dever e pela resistência. 
Aquela  pia fraus : esta criança é fruto do nosso amor. Num patamar superior, mais violentos  e menos mentirosos, os do Livro dizem: somos todos filhos de Deus.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

O AMOR MATA (II):

Heitor defende-se: prefere morrer a viver para ver Andrómaca tecer para outra, levar água  a outro e, podemos  imaginar, fazer outras coisas com outros indeterminados. Parece simples posse, como a das tristes histórias portuguesas do Correio da Manhã,  e é, mas de outra liga: a  da pertença  a uma cidade, a um rei, a uma raça.
A morte de Inês: por amor  ao reino. E ao poder e à influência? Claro. Como em Tróia.

domingo, 11 de setembro de 2011

MÁRTIR:

Gasset brinca  ( El Espectador, 1925) com o sentido original do termo ( testemunha, em grego) quando uma ninfeta o interpela. Ela quer saber como Gasset vive sem apanhar sol:
- Es qué yo no vivo, señora.
- Pues qué hace usted?
- Asisto a la vida de los demás.
PREOCUPANTE:

É a primeira vez que o PSD está no governo sem o respaldo de um conjunto de intelectuais mais ou menos próximos do poder ( ou do partido), mas sempre produtores da mediação entre  a prática política e os cidadãos.  O eleitorado urbano, universitário e  interessado  na coisa política não encontra  linhas que lhe permita ultrapassar a excitação mediática e a manipulação agenciada. Aliás,  o ódio deste PSD  às elites ( coisa que  já vem de longe, se bem se lembram...)  mostra bem o sentimento de desamparada inferioridade.
A ausência de apoio intelectual   à política PSD do governo é factor de perturbação,  porque,  à direita, no CDS,   tudo de novo. Acabou o bater de mão no peito contra o mafarrico fiscal - taxam como os outros - e o aperto financeiro não permite o isabelino milagre  das rosas. No PSD é o deserto. Se varrermos a imprensa e os blogues, vemos truculência, trocadilhos, piadolas de café, erros ortográficos e redacções escolares  que brandem uma vaga superioridade moral dirigida contra adversários de playstation.
Existem algumas justificações:
a) a actual política do governo, até agora, é a que foi desmentida durante a campanha,
b) o espírito de facção, até porque alberga penas outrora violentíssimas com Passos Coelho,  zangas de comadres ( Marques Lopes)  e consegue exibir desbragados peões de brega como jornalistas  celestialmente isentos,  transformou o discurso  dos truculentos numa espécie de ALD  de insultos. Sabe-se lá onde estarão o que dirão amanhã,
c) os principais candidatos à  função - Marques Mendes, Graça Moura, Pacheco Pereira, MRS -  não pertencem ao eixo Relvas-Gaia que domina a facção. Sobra Ângelo Correia, sempre excelente, mas isolado.

Miguel Sousa Tavares diz,  no Expresso deste sábado,  que confirmou a suspeita: este PSD não estava preparado para governar, apenas para tomar o poder. Parece-me injusta a tese, porque este PSD, pese os tais desmentidos de campanha ( ver o link) , sabia exactamente ao que vinha. Algumas boas escolhas ministeriais confirmam este raciocínio. O governo está a fazer o óbvio: o pau no primeiro ano,  a cenoura depois.
O que aconteceu é da natureza das coisas. O aguerrido espírito de facção, sobretudo se  muito  pouco lido,  não consegue pensar  para além das bordas do território da facção.

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

O AMOR MATA (I):

De muitas formas. Série longa e paralela ao meu próximo livro ( um romance a sério). 
O melhor de todos, o que sobrevive ao tempo ( La Rochefoucauld  dizia ser  possível amar a mesma  pessoa muitos anos  porque se ia amando partes diferentes dela). Pode ser o de um casal  ( de qualquer tipo...) ou o dos  pais pelos filhos.
Claro que mata. Quem já jogou à macaca nos olhos de uma velha viúva ou de uma mãe que perdeu o filho, sabe do que estou  está a falar.

 MUITO BOM:


i) create a stronger British Muslim identity

ii) forge better cross-community relations

iii) counter radical sentiments (as part of a wider programme)

iv) encourage active citizenship

v) promote history and learning
NECROPOLIS:

O estratagema é contado por Boris Pahor. Agarravam na  etiqueta  com o número do condenado ( libertado  na linguagem nazi)  e  colocavam-na do dedo grande do pé de um corpo já lavado e pronto para o crematório. Quando o SS  pedia a lista da morte, já o condenado estava em trabalhos  algures no exterior do campo de Natzweiler-Srtuthof.
É tão simples. Se te libertam,  morres; se morres, libertas-te.
 


quarta-feira, 7 de setembro de 2011

PAULO MACEDO:

Provavelmente o melhor ministro deste governo. Quando começar a governar a sério -  redução dos  cargos de dirigentes da administração hospitalar e das horas-BMW ( as extraordinárias dos médicos) -   não dura três meses. 
Correia de Campos regressou à base por muitíssimo menos.

40 DIAS:


Nem uma palavra. A blogo esquerda radical mais depressa escreve  40 textos sobre  a Palestina, a blogo esquerda LGBT mais depressa escreve 40 textos a protestar contra os crucifixos nas escolas.
Dizem que não há verdadeira  direita   em Portugal.  Esquerda, fora dos bares de jornalistas, das livrarias e dos clubes gourmet, também não.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

O MÉTODO:

"Entre a perda do Brasil e a conferência de Berlim estivemos primeiro entretidos  a arrumar a casa por um sistema  conhecido em política: o método das desarrumações sucessivas que acaba por triunfar pelo cansaço.  Foi o nosso trabalho de 1820 a 1850".

( Emídio Navarro,  conferência proferida no Salão Nobre da Academia das Ciências, Lisboa, 25 de Novembro de 1940)
QUANDO LARGOS ANOS TÊM CEM DIAS:

Quando MFL venceu Passos Coelho nas directas,  a facção compreendeu rápido. Uma senhora de rosto marcado e casacos antiquados, sem queda para a oratória e carrancuda, seria presa fácil de Sócrates, o mediático, que , ainda por cima, negava  a tormenta próxima. À cautela, a facção tratou de fazer o trabalho. Pelo país, Passos anunciava TGV's  de mão de obra nacional, Nogueira Leite desancava nas propostas económicas da equipa de MFL, o DN funcionava como um eficente jornal de campanha ( com os tais jornalistas isentos que hoje são assessores ou passistas  final e ferozmente  assumidos). Os mais imaginativos até viram no Belemgate a machadada final  no PSD de Manuela.
Quando a crise apertou e sete anos de PS socrático estiolavam, a facção amolou a faca. Na altura certa, deu o golpe  com  a colaboração da esquerda parlamentar. Um rio de promessas, todos os cortes eram fáceis, as políticas a seguir eram óbvias, a mudança uma coisa genética e auto-evidente. O desmentido passa ser um modo de vida, mas a facção pode bem com isso.
Quando estão quase a passar cem dias, a facção  faz, agora  sim, uma grimace. Refila  porque  ele há muitos barões que falam demais. Estas coisas é que interessam à facção , nascida para a mecânica das distritais e alçada nas agências de comunicação . É natural, porque uma facção ( não confundir com o governo todo, porque há lá gente  de bem)  não deixa de ser  um guinhol de interesseiros  só porque uma crise económica a enfiou no poder. Não entendem, revoltam-se, encomendam artigos, blogues, posts.
Quando a poeira  assentar, uma  coisa é certa: uma facção no poder  só tem uma fracção do poder.
SIM, MAS:

Também lá  há sonsos. Mafiosos maviosos. Sonsos.
A TODO  GALOPE, AL CIELO:

¿Alguna vez se sintió vencido?
- Por ahora no. Ojalá no me dé cuenta el día en que lo esté. Espero morirme creyendo que voy a seguir escribiendo, que venga la muerte de un momento a otro. Me gustaría decir, segundos antes de la muerte, lo mismo que un personaje de un libro que estoy leyendo: "Rápido cochero, a todo galope, al cielo".


( aqui)

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

COISAS CERTAS:

Acabados  os festivais de Verão, regressam  as manifestações da geração à rasca. Com burguesitos destes não vamos  lá.
Os figos  este ano é que estão fraquitos.
CUIDADO COM OS DESEJOS:


 LUIS MENEZES LEITÃO OUT :

O LMN não necessita, mas fica  a saber que tem,  aqui,  no Lathe Biosas,  um porto de abrigo provisório enquanto não arranja casa nova.

domingo, 4 de setembro de 2011

COMERAM-LHE A CARNE, AGORA ROAM-LHE OS OSSOS:

Durante todos estes anos, permitiram tudo a Jardim e , pior, com gosto: o homem ganhava eleições.  Por outros motivos, o Presidente da AR, Jaime Gama, foi lá homenageado  sem se importar com o epidódio vergonhoso do fecho da AR regional, que obrigou Cavaco a receber  os deputados num hotel. Regressando ao PSD, MFL passeou com ele enquanto falava de asfixia democrática no continente, num erro de palmatória que na altura assinalei no Mar Salgado. Nenhum líder do PSD teve a coragem de cortar com uma personagem que humilha e intimida os adversários  políticos.  As vozes independentes, como Pacheco Pereira e Pulido Valente,  defenderam-no sempre , achando imensa graça ao estilo politicamente incorrecto, sem se aperceberem  de que o estilo de Jardim foi sempre o mais politicamente correcto possível: o poder acima das pessoas. 
Quando, antes das cheias, Jardim ultrapassava todas os limites da cobardia  nos ataques a Sócrates, o povo não socialista do continente  ( enfim, quase todo...)  comia amendoins  no camarote. Côté argent nem se fala: descontracção e estupidez natural, como dizia  o Pedroto.
Agora, em tempos de melão e vinho de tostão, falam em dar a independência à Madeira. É óbvio que tal fala significa apenas o enfado dos fracos. Ainda que o não fosse,  agora  é tarde,  Inês é morta. A intelectualidade conservadora , que andou  com Jardim ao colo,  tem a obrigação mínima de  não deixar cair , outra vez , os madeirenses.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

LATHE BIOSAS (VI):

Mesmo num mau poeta ( nuvem poisada, alvente, sobre a neve)  há sempre alguma coisa escondida. E assim Agusto Casimiro sai-se com há paisagens que são almas rezando.
Não é  a imagem da tranquilidade - seria banal pese a excelência da síntese. Se o prazer é apenas a concentração num instante ( diz, e bem,  Levinas),  a paisagem que reza obriga a olhar e  a demorar. É uma bomba de fragmentação retardada.
OS 700.000:

Os media comem, engolem e não refilam. Dos anunciados 200 milhões a cortar na Segurança Social, apenas 20 são cortes nos famosos lards do Estado. Os outros 180 são cortes nas prestações sociais.
Muito diferente disto, lembram-se? A regra dos 700.000 votos  é clara: quem mexe na função pública, dos marajás aos cantoneiros, perde as eleições.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

VOCAÇÃO:

Este governo socialista já aumentou os impostos quatro vezes. É preciso dar lugar a outros.


O ELEFANTE DEVORADOR DE HOMENS:

A primeira vez que li sobre  esta história, foi num livro  do Capstick. Ele situa o episódio numa noite de 1944. Estou a trabalhar uma  personagem que exerce, vamos assim dizer, o direito ao canibalismo  (  apesar da aura de lenda que rodeia o acontecimento). 
O que terá feito a pobre  Bertha? Por que motivo o elefante  saiu do padrão comportamental? A imaginação pode levar o homem ao canibalismo?