quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

A  IDADE E O CONSERVADORISMO:

O Público, na revista,  resolveu entrevistar Fátima Bonifácio. Resumindo uma longa arenga, ficou apenas esta ideia: a idade torna-nos conservadores ( "agora sou muito de direita " ) . Não, não torna.
O que FB e muitos outros na mesma situação ( velhos) entendem  por conservadorismo vem mascarado de experiência: já vi muito, o mundo não muda por decreto, etc. Não há conservadorismo nenhum em alguém ( não foi exactamente o caso de FB, mas andou  perto) que,  enquanto teve força, defendeu os khmers vermelhos e as ratoneras cubanas e que,  depois, já velhote, declara que afinal  isto dá muito trabalho , portanto, chinelos , lareira e Oakeshott  e Himmelfarb para o regaço.  Gente assim está para o conservadorismo como a tal cineasta generala-vermelha  do outro  dia está para  a liberdade  e para  a rebeldia.
Envelhecer e desiludir-se é apenas envelhecer e desiludir-se. Desconfiar de projectos traçados, em quartos esconsos, por iluminados de barbicha ou bigode e impostos à  metralhadora em nome do povo, isso  sim, já é um início do conservadorismo. E não é preciso chegar a velho para o compreender.

3 comentários:

henedina disse...

Não, não torna.

Anónimo disse...

Não me parece que ela seja muito conservadora por algumas opiniões apresentadas. Talvez seja apenas uma conservadora estética.


lucklucky

mdsol disse...

:)))