O Público, na revista, resolveu entrevistar Fátima Bonifácio. Resumindo uma longa arenga, ficou apenas esta ideia: a idade torna-nos conservadores ( "agora sou muito de direita " ) . Não, não torna.
O que FB e muitos outros na mesma situação ( velhos) entendem por conservadorismo vem mascarado de experiência: já vi muito, o mundo não muda por decreto, etc. Não há conservadorismo nenhum em alguém ( não foi exactamente o caso de FB, mas andou perto) que, enquanto teve força, defendeu os khmers vermelhos e as ratoneras cubanas e que, depois, já velhote, declara que afinal isto dá muito trabalho , portanto, chinelos , lareira e Oakeshott e Himmelfarb para o regaço. Gente assim está para o conservadorismo como a tal cineasta generala-vermelha do outro dia está para a liberdade e para a rebeldia.
Envelhecer e desiludir-se é apenas envelhecer e desiludir-se. Desconfiar de projectos traçados, em quartos esconsos, por iluminados de barbicha ou bigode e impostos à metralhadora em nome do povo, isso sim, já é um início do conservadorismo. E não é preciso chegar a velho para o compreender.
3 comentários:
Não, não torna.
Não me parece que ela seja muito conservadora por algumas opiniões apresentadas. Talvez seja apenas uma conservadora estética.
lucklucky
:)))
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