Estava a ler esta apreciação que Carlos Vidal faz do estilo da crónica de MST e lembrei-me do conhecido texto de Lenine: "Como assegurar o êxito da Constituinte ( sobre a liberdade de imprensa)". A tese é a esperada - os jornais estão nas mão dos capitalitas, que controlam o mercado publicitário, as tipografias e o papel, por isso não há verdadeira liberdade de imprensa - , mas a solução é sempre interessante de reler. Lenine propõe confiscar todo o papel e todas as tipografias e depois distribuir os jornais pelos camponeses, pelos grandes e pequenos partidos e, finalmente, por qualquer grupo de cidadãos que tenha alcançado o número suficiente de assinaturas.
A minha tradução pode não ser das melhores ( Colecção Revolução Permanente, prólogo português da recolha asinado por um J.G, Lisboa, 1975), mas o essencial, pelo que sei, estará correcto. A opinião publicada é a opinião dos intelectuais , que Gramsci ( Problemas da História e da Cultura) sempre ligou à hegemonia do grupo dominante e à dominação directa comandada pelo Estado e e pelo governo "jurídico". Ou seja, os intelectuais escrevem o que interessa e o que pode ser escrito.
A fraquíssima qualidade da crónica de MST deixa, portanto, de ser um mistério.
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