Depois de anos de apatheia, talvez vislumbremos um rasgo.
O tipo médio é o tipo que não vê os espectáculos do Rui Horta, que ignora as vantagens fabulosas da parentalidade gay, que não se interessa pelo carro eléctrico; também é o tipo que não está filiado em nenhum partido, que não acha que um bando de bêbados a mijar e a berrar sob a sua janela às seis da matina é uma manifestação contra o imperialismo, que gosta de passar os domingos a ver futebol no sofá. Este tipo pode estar a ficar farto de ser uma experiência, de ser crédulo e não alcança o brilhantismo jurídico-filosófico encarregue de infinita compreensão para com ladrões violentos e banqueiros sedosos. Este tipo são muitos tipos. Alguns milhões.
Dir-me-ão, os que estudaram, que este tipo, historicamente, não se sabe organizar e que, por isso, uma vez apertado, virar-se-á para os demagogos. Bem, este tipo não é menos do que outros a quem foi dada a consciência de classe e que também se deixaram levar por demagogos. E dos bons.
3 comentários:
Também é importante dizer que "o tipo médio" é do Benfica.
Talvez, mas o que vai dar luta é do Porto, Braga, etc.
gostei
Enviar um comentário